O belo prazer da escrita

Aqui estou eu mais uma vez a passar os meus sentimentos para uma tela, ou para um ecrã, como preferirem, aqui estou eu mais uma vez a escrever e é exatamente disso que vou escrever, vou falar sobre a escrita. É tão bom e confortante poder escrever, poder deita cá para fora o que vai na alma, é por isso que escrevo, é por isso que todos escrevem, ou que pelo menos todos deveriam escrever. Felizmente é algo que ainda não se paga imposto, o que é ótimo, não são assim tantos os prazeres que nos podemos dar ao luxo de ter mas a escrita é sem dúvida um dos melhores prazeres que se pode saborear sem limites de tempo, de preço, de páginas, podemos saboreá-lo à vontade sem nos preocuparmos com mais nada. Eu adoro escrever, escrevo para tudo e todos e isso deixa-me feliz, porque ao fazê-lo parecendo que não eu ajudo-me e acabo também por ajudar outros com as minhas palavras e só o facto de ajudar faz-me escrever mais e mais sem me cansar. Por vezes chego a ficar com as mãos cansadas, já mal consigo mexer os dedos mas enquanto a minha alma quiser escrever, os meus dedos também escrevem. E sabem o que é melhor nisto tudo? É que a escrita, o dom de escrever e de querer escrever prevalecerá sempre connosco, é algo que nasce e morre connosco e não nos pode ser tirado, como qualquer outro objeto, é algo que apesar do que aconteça é nosso e nos torna alguém na sociedade e principalmente nos preenche a alma, é algo que fazemos com gosto e pretendemos recordar até ao fim das nossas vidas. É bom escrever à cerca de tudo, independentemente do assunto que seja, pode até ser o assunto mais perverso, ou até o assunto menos interessante mas o que interessa é que ao escrevermos nos vamos sentir úteis e sem vontade de parar, o que realmente interessa é que a nossa alma quer escrever à cerca daquele assunto e as nossas mãos obedecem, obedecem com todo o gosto e prazer e quando finalmente acabamos de escrever a conclusão e percebemos que a mesma transmite uma mensagem para o mundo, aí a nossa alma salta de alegria e descansa até à próxima inspiração.

Catarina'Azevedo